Sou uma fera,
um coração
de asas firmes.
Prontas
pra alçar o próximo voo...
Sem cela,
faço bagunça e te distraio pra ir embora...
Indomados!
São os passos livres que
insisto em pisar...
Se me prender um presente,
um presente prometo te dar,
presente este que será,
um futuro lindo nos permitir criar...
Porém se não,
se não consegues, um presente,
um presente fica em tua mão!
Uma história bela porém finda,
que contarás saudosa em outra estação!
Oi querido amigo!!
vc escreve lindamente, uma sinfonia de letras para os olhos!
triste, porém belo...
me fez lembrar um poema de Carpinejar que eu adoro tb:
(...)
Nossa coerência
é estar mudando.
A chama desmaiou
e a levamos nos braços.
Tivemos a coragem
de superar o começo,
não transformar a filiação
em mapa de guerra,
imitação da treva.
O percurso tem sentido
quando percorrido.
Do resumo das veredas,
reverdece o sumo
de ter colhido
o sabor da vertente.
Nossa amizade
é mais um gole da gaita,
um golpe no tambor.
Nossa amizade
é estar névoas adiante
do que somos.
Só é mortal
o que não vimos.
Despeço-me do passado
como um cavalo sem dono.
Não devo conselhos,
não devo a franqueza
das pausas,
a serenidade dos escolhos,
não devo a força
de minha fraqueza.
Mergulho os calcanhares
a empurrar
a barca do ventre
e circundas o vazio,
os ciclos do som,
conciliado com a verdade,
pai maduro de minha escolha,
navegando
a paternidade das águas.
Fabrício Carpinejar