Quarto 412:
O Louco:
-- Ai doutor. O que exatamente quer ouvir? Quer que lhe fale de uma repentina e milagrosa cura?
O Louco:
-- Ai doutor. O que exatamente quer ouvir? Quer que lhe fale de uma repentina e milagrosa cura?
Doutor... Eu tenho algo que falta aos lúcidos. (como vocês chamam quem aceita ser subordinado com algum tipo de satisfação barata).
Eu possuo princípios doutor, princípios estes que seus diplomas acadêmicos não provam que o senhor possua. Se hoje me denominam como louco! O motivo é exatamente o fato inevitável e inegável para mim, o fato de jamais me vender para provar algo ou alguma coisa pra alguém.
Eu gostaria porém, que o senhor entendesse os delírios da minha mente desvairada, que segundo esse papel branco que se chama relatório médico, escrito pelo senhor, baseado em sua opinião e na opinião do que é chamado de comportamento padrão, eu possuo.
Eu acredito doutor, que como indivíduo, estou selado injustamente, apenas por que possuo motivos que sua mente não é capaz de compreender, ou se nega a isso...
O Doutor:
-- Então! Você quer dizer que meu julgamento quanto ao seu estado mental, é equivocado, segundo padrões incorretos ou incoerentes, e que claro, a opinião que eu tomei a teu respeito esta incorreta?
Como pode dizer isso? Visto que sua acusação, é o assassinato de cinco pessoas?!
O Louco:
-- Cinco pessoas não doutor... Eu diria, cinco produtos que se venderam, digamos que eu sou um tipo caro de "juros", e que eu estava impresso nas letras miúdas do contrato doutor. E eu não tenho culpa se eles não leram.
Doutor eu sou capaz de entender coisas que a sua visão limitada se nega á compreender. É uma pena. Porém é uma condição humana não é? Esse seu desinteresse por questionar o que lhe foi dito e ensinado...
Eu doutor, entendo a fraqueza dos homens!
Meu advogado é tão tolo. Sabe. Ele me aconselhou a fingir insanidade pra que eu não fosse parar numa perpétua.
É um verdadeiro tolo, fica ele pensando que as pessoas precisam fingir uma loucura...
Eu acho que todos são loucos, e loucos do tipo atrevidos doutor, se atrevem à dizer que são normais! Normais? Hahaha! Segundo que normas? Sem ressaltar aquilo que todos são capazes de fazer por algum tipo de pagamento.
Doutor... Eu não preciso mentir.
Eu nem gosto de mentir, estou sendo franco, assim como o sou quando digo que não gosto do senhor, das regras em que todos jogam, com suas normas patéticas, normas essas que são usadas pelos "lúcidos" para encobrir suas ações "néscias", ofuscando-as com o seu "poder", e seguindo tranquilamente! Tantos buracos doutor, tantos...
Quantas pessoas andam por ai escondendo de alguns, seus monstros, que pra outros são bem visíveis e aterrorizantes. Você sabe doutor!
E eu sei que me entende bem, porém você gostaria de se levantar e gritar grosseiramente comigo: "QUEM É VOCÊ PRA JULGAR?!!!"
Você me entende doutor...
Por causas dessas mesmas regras, logo eu estarei fora desse lugar, meu "poder", vai comprar a vontade daqueles que me querem aqui dentro, a insanidade foi um passo, estar curado é outro... Tudo uma questão de parecer ser, não necessariamente ser.
Tudo se resume nisto doutor!
Eu possuo princípios doutor, princípios estes que seus diplomas acadêmicos não provam que o senhor possua. Se hoje me denominam como louco! O motivo é exatamente o fato inevitável e inegável para mim, o fato de jamais me vender para provar algo ou alguma coisa pra alguém.
Eu gostaria porém, que o senhor entendesse os delírios da minha mente desvairada, que segundo esse papel branco que se chama relatório médico, escrito pelo senhor, baseado em sua opinião e na opinião do que é chamado de comportamento padrão, eu possuo.
Eu acredito doutor, que como indivíduo, estou selado injustamente, apenas por que possuo motivos que sua mente não é capaz de compreender, ou se nega a isso...
O Doutor:
-- Então! Você quer dizer que meu julgamento quanto ao seu estado mental, é equivocado, segundo padrões incorretos ou incoerentes, e que claro, a opinião que eu tomei a teu respeito esta incorreta?
Como pode dizer isso? Visto que sua acusação, é o assassinato de cinco pessoas?!
O Louco:
-- Cinco pessoas não doutor... Eu diria, cinco produtos que se venderam, digamos que eu sou um tipo caro de "juros", e que eu estava impresso nas letras miúdas do contrato doutor. E eu não tenho culpa se eles não leram.
Doutor eu sou capaz de entender coisas que a sua visão limitada se nega á compreender. É uma pena. Porém é uma condição humana não é? Esse seu desinteresse por questionar o que lhe foi dito e ensinado...
Eu doutor, entendo a fraqueza dos homens!
Meu advogado é tão tolo. Sabe. Ele me aconselhou a fingir insanidade pra que eu não fosse parar numa perpétua.
É um verdadeiro tolo, fica ele pensando que as pessoas precisam fingir uma loucura...
Eu acho que todos são loucos, e loucos do tipo atrevidos doutor, se atrevem à dizer que são normais! Normais? Hahaha! Segundo que normas? Sem ressaltar aquilo que todos são capazes de fazer por algum tipo de pagamento.
Doutor... Eu não preciso mentir.
Eu nem gosto de mentir, estou sendo franco, assim como o sou quando digo que não gosto do senhor, das regras em que todos jogam, com suas normas patéticas, normas essas que são usadas pelos "lúcidos" para encobrir suas ações "néscias", ofuscando-as com o seu "poder", e seguindo tranquilamente! Tantos buracos doutor, tantos...
Quantas pessoas andam por ai escondendo de alguns, seus monstros, que pra outros são bem visíveis e aterrorizantes. Você sabe doutor!
E eu sei que me entende bem, porém você gostaria de se levantar e gritar grosseiramente comigo: "QUEM É VOCÊ PRA JULGAR?!!!"
Você me entende doutor...
Por causas dessas mesmas regras, logo eu estarei fora desse lugar, meu "poder", vai comprar a vontade daqueles que me querem aqui dentro, a insanidade foi um passo, estar curado é outro... Tudo uma questão de parecer ser, não necessariamente ser.
Tudo se resume nisto doutor!